A ilha do Mosqueiro de Belém do Pará
Belém do Pará é um município insular, com 42 ilhas fluviais, sendo uma delas a ilha do Mosqueiro, por onde navegaram os portugueses descobridores dessas terras em 1616. Esta grande ilha é praiana e distrito administrativo de Belém, desde o dia 6 de julho de 1896, quando passou a ser urbanizada a partir de uma vila de pescadores. Hoje está ligada ao continente por uma rodovia metropolitana com ponte de 1.457 metros desde 1976. Continue lendo.
Carlos Siqueira
5/2/20253 min read


Belém do Pará é um município insular, com 42 ilhas fluviais, sendo uma delas Mosqueiro, situado ao norte desta cidade. A ilha do Mosqueiro dista 66 Km do centro de Belém, e o seu nome está relacionado com a palavra moqueio, uma técnica de preparo e cozimento do peixe usado pelos índios Tupinambás, os primitivos habitantes da ilha, por meio do qual o peixe é assado envolvido na folha de bananeira.
Em frente a ilha, está o grande e impressionante rio que forma a Baia do Marajó, de onde pode-se avistar o arquipélago da maior ilha fluvial do mundo, o Marajó. Também em frente a Mosqueiro, está o canal de acesso ao porto de Barcarena, um dos municípios da região metropolitana de Belém, com grandes navios fundeados aguardando o aportar.


Foi a partir do ciclo da riqueza com a produção e exportação da borracha, que a vila de Mosqueiro se desenvolveu junto com Belém, assim, passou a conviver com a riqueza e o luxo e a usufruir as benesses trazidas pelo acelerado desenvolvimento registrado na capital.
Inúmeros investidores estrangeiros chegaram em Belém, dentre eles, os ingleses da Pará Electric Railways Company, responsáveis pela instalação de energia elétrica e de meios de transportes interno, bem como vieram alemães, franceses e norte-americanos, funcionários de companhias estrangeiras, como a Port of Pará e a Amazon River.
Assim, todos, inclusive os ricos comerciantes da borracha e a classe política, adotaram a ilha como lugar de lazer, passeio e descanso. Eles construíram os casarões ou chalés de verão, ligados por uma ferrovia com vagões puxados por cavalos ou máquinas a vapor, que ainda hoje podem ser vistos em torno da orla das praias da Vila, do Farol, Chapéu Virado, Porto Arthur e Murubira. Próximo da vila, está a extinta fábrica de borracha Bitar, que se encontra fechada.
A ilha de Mosqueiro possui 17 Km de praias fluviais, da Vila à Baia do Sol, servida por praças, ruas e avenidas com asfalto e calçadas, inclusive com vista para o rio em boa parte. Neste perímetro, o visitante pode encontrar hotéis, hospital, delegacia de polícia, variedade de comércio e lojas, bares, lanchonetes, quiosques, pizzarias, mercados, farmácias e restaurantes bem instalados. Um dos hotéis de destaque é o histórico Hotel Farol, cartão postal da ilha, pela sua preservada e singular arquitetura secular a beira da orla da praia do Farol.
As praias mais movimentadas e urbanas são as do Chapéus Virado e Farol, as mais urbanas e tranquilas são Porto Arthur, Murubira e Ariramba, porém as melhores são as do Paraíso e Marahú pela tranquilidade e a infraestrutura com paisagem mais natural. Em todas há segurança pública, internet e serviço de transporte.
Uma praia rústica, urbana e escondida que merece destaque é a do São Francisco, com acesso por ruas a partir da avenida Beira Mar.
Pode-se chegar de ônibus saindo da rodoviária de Belém com desembarque final na rodoviária da Vila de Mosqueiro, onde está a praça principal, a tapiocaria, o mercado público e feiras, a igreja matriz, restaurantes e o trapiche na praia do Areão e do Bispo.
São praias de água doce más em certas épocas, como de setembro a dezembro, ficam salobras e esverdeadas devido a salinização das águas do oceano.






















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